Desafios pelo país e avanços insuficientes - O Censo 2022 revelou que em 455 cidades brasileiras, menos da metade da população é atendida pela coleta direta ou indireta de lixo. Apesar do crescimento nos últimos 12 anos, as desigualdades regionais persistem. O acesso à coleta de lixo no Brasil atingiu 90,9% da população em 2022, comparado a 85,8% em 2010 e 76,4% em 2000. No entanto, 9,1% da população, cerca de 18,4 milhões de brasileiros, ainda não são atendidos pelo serviço, sendo necessário encontrar soluções alternativas para destinar resíduos.
Disparidades regionais - As disparidades regionais na coleta de lixo no Brasil são evidenciadas pela análise por regiões. No Norte, apenas 78,5% da população é atendida, enquanto no Sudeste esse número sobe para 96,9%. O Nordeste apresenta um percentual intermediário de 82,4%, enquanto o Centro-Oeste e o Sul registram 93,1% e 95,3%, respectivamente.
Desafios para a Política Nacional de Resíduos Sólidos - Jaime Oliveira, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), destaca que o Brasil ainda está distante de cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ele aponta desafios, como os altos custos para pequenos municípios construírem aterros sanitários e o transporte de resíduos sólidos para cidades próximas. Oliveira ressalta a necessidade de planos municipais abrangentes, envolvendo água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem, e destaca a importância do investimento em educação ambiental para conscientização da população sobre a gestão adequada do lixo.